quarta-feira, 10 de março de 2021

Sobre as potâmides...

Pensar e não escrever é como nadar com os peixes no mar sem querer pesca-los. 

Ainda que alguns peixes teimem em mordiscar os dedos do pé ou provocar puxando os fios da sua barba.

Sabe, algumas vezes é bom pensar que o lugar dos peixes é no mundo submerso. E, por mais fantásticos ou insignificantes que sejam, em alguns momentos é legal somente observá-los nadando, até que desapareçam lá na frente, na escuridão do mar piscoso, sem nunca mais encontrá-los, num pescar de olhos.



É bom aprender a nadar com os peixes até que não se sinta vontade de subir nunca mais para respirar.



Distraidamente algum aparece enquanto estou pedalando sozinho numa floresta escura, a dezenas de quilômetros de casa. Surge com suas luzes coloridas, tal qual vaga-lume nadando ao meu redor. Muitas vezes brinco de ignorá-lo para vê-lo fazendo muitas bolhas em busca de atenção.

Mas também um deles pode sair da minha gaveta, abanando o rabo como se fosse um cachorrinho. Outro rasga o céu como se fosse estrela cadente. E algumas vezes até passam sorrindo na rua, como se fossem uma criança.


As idéias vão surgindo e não é preciso pegar todas. Na era de Aquário os peixes escolhem a quem pescar.



Um comentário:

  1. Genial! Peixes-pensamentos-deslumbramentos... que vão e vêm como encantamentos num pescar de olhos. Amei!

    ResponderExcluir