As cores desbotam. Os relevos se corroem. As músicas se silenciam. O tempo vence. A carne morre. As montanhas desabam. A luz escorre. A memória apodrece.
(...)Nessa estrada
Não nos cabe conhecer ou ver
O que virá
O fim dela
Ninguém sabe bem ao certo
Onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...
(...)
Aquarela
e afinal porque as pessoas morrem e as coisas ficam?
ResponderExcluirNada pode vencer o pai de todas as coisas - O tempo.
ResponderExcluirSomos perfeitos, tal como a propria natureza; no final fluimos!
O apodrecimento da memória, infelizmente, muitas vezes independe somente da ação do tempo, mas sim da falta de ação de pessoas...
ResponderExcluirDesgastou?Envelheceu?Descorou?Vai dar trabalho?
- Deixe o "velho" o "usado" para tras...abandone ou derrube e faça um "maior" e " melhor", simples assim.
História?Que história?Era só mais uma velharia...nada de mais...
Banalidade, superficialidade, descaso, ganância, futilidade...ignorância! Reflexos de um mundo guiado por umbigocentrismo puro, onde a única história para contar que sobrará será a própria (se alguém se dispor a ouvir, pois tempo é dinheiro)e o único legado que julgam ser importante deixar é o material...
Definitivamente, eu não sou desse mundo...
Nem as coisas ficam.
ResponderExcluirVou fazer um pouco o papel de advogado do diabo aqui... eu sou a favor da preservação e tudo, mas eu vejo uma certa beleza na ruína. Sabe, deixar a edificação envelhecer e mesmo perecer com dignidade.
ResponderExcluirEu gosto muito da visão do John Ruskin, que considera as edificações como seres vivos. O papel do conservador é cuidar e zelar pela longevidade da edificação, da mesma maneira como um médico deve zelar pela saúde de um paciente, curar as doenças, emendar os ossos quebrados... mas não conceder a vida eterna. Muito menos transplantar a mente do indivíduo para um corpo robótico.
Traduzindo em termos de arquitetura: nada pior que uma edificação velha com cara de nova. A não ser, talvez, uma nova com cara de velha.
Diogo, concordo totalmente contigo.
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